É isso ai
Vamo faze o tempo passa...hehehe...
sábado, 9 de agosto de 2008
Polêmica: índios que são bóias-frias
ANDRÉ CAMPOS
Foto: Divulgação
Alimentação deficiente, banheiros entupidos e alojamentos precários. Esse foi, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o panorama encontrado na usina de álcool Debrasa, em Brasilândia (MS), durante fiscalização coordenada pelo órgão em novembro de 2007. Nos dormitórios dos cortadores de cana, havia superlotação, mofo e restos de comida pelo chão. Segundo os fiscais, também faltava água para o banho e os salários estavam atrasados. Mais de mil trabalhadores tiveram seus contratos rescindidos devido às condições verificadas.
Oito meses antes, o MTE já havia encontrado problemas em outra usina de Mato Grosso do Sul. Na Destilaria Centro-Oeste Iguatemi (Dcoil), uma diligência flagrou trabalhadores sem carteira assinada, sem equipamentos de segurança e, mais uma vez, em alojamentos superlotados. Em 2007, os dois casos foram, na contabilidade do ministério, a segunda e a terceira maiores libertações efetuadas em território nacional de pessoas em condição análoga à de escravos – crime que, no Código Penal, abrange tanto situações de trabalho degradante, como as descritas, quanto de restrição à liberdade de ir e vir.
Além da localização geográfica, outra característica une as duas usinas: o emprego maciço de mão-de-obra indígena. Na Dcoil, 150 dos resgatados eram terenas ou guaranis. Já na Debrasa, todos eram índios. O Ministério Público do Trabalho (MPT) estima em 10 mil os aldeados que labutam nos canaviais do estado. Juntamente com bóias-frias trazidos do nordeste, são a principal força de trabalho utilizada pelo setor sucroalcooleiro local.
A história dessa relação remonta à década de 1980, quando o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) alavancou a produção de cana-de-açúcar em terras sul-mato-grossenses. Já naquela época, havia índios cortando cana nas lavouras. Desde então, a regulação dessa mão-de-obra específica desafia o poder público. Trata-se de uma empreitada complexa, devido às peculiaridades culturais e jurídicas da situação dos indígenas.
E, para além das questões trabalhistas, permanece um debate mais profundo e incômodo: até que ponto a atividade pode ser considerada uma alternativa digna para os habitantes das aldeias locais? E até que ponto, na verdade, ela não seria parte dos problemas que hoje assolam essas comunidades?
Relações ancestrais
Nos primeiros anos, informalidade e improviso eram a tônica no recrutamento dos indígenas que partiam das aldeias rumo aos canaviais, distantes centenas de quilômetros. Levados em grupos de algumas dezenas, lá trabalhavam por cerca de dois meses. A contratação era negociada verbalmente pelo líder do grupo, o "cabeçante" – em geral, um índio mais versado na cultura do homem branco. Em alguns casos, os postos locais da Fundação Nacional do Índio (Funai) estabeleciam regras pontuais e cobravam taxas comunitárias sobre os contratos firmados.
Cícero Rufino Pereira, procurador do Trabalho em Mato Grosso do Sul, descreve como "verdadeiro trabalho escravo" a situação desses indígenas na década de 1980. Ficavam, diz ele, em barracões de lona, onde bebiam água dos rios junto com os animais. Além disso, era rotina também a presença de crianças no corte da cana. "Em diversas ocasiões, a usina pagava e o cabeçante desviava o dinheiro. E muitas vezes a usina não pagava, enrolava mesmo", conta.
Devido a pressões de diversas entidades, houve algumas melhorias na década seguinte. Mas a carteira de trabalho só viria em 1999, ao ser firmado o Pacto do Trabalhador Indígena no estado. Alvo de muita polêmica, o registro formal teve resistência de usineiros e setores da Funai. O questionamento da plena autonomia individual desses trabalhadores, amparado no próprio Estatuto do Índio – que sujeita à tutela da União aqueles "ainda não integrados à comunhão nacional" –, embasou argumentos de quem se opôs à adoção da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Por fim, prevaleceu a carteira assinada, adotada junto com um modelo de contrato por equipe, que prevê no máximo 70 dias para o retorno dos índios às aldeias, de modo a favorecer a continuidade da vida comunitária. Também ficou estabelecido o pagamento dos ganhos apenas no final da empreitada – para garantir, em tese, que o dinheiro chegue às famílias, face à realidade de alcoolismo e outros excessos, freqüentes nessas jornadas.
De acordo com Pereira, no entanto, o respeito aos preceitos do pacto ainda hoje é deficiente. Nos últimos anos, diligências do MPT têm gerado indenizações por danos morais quando constatadas irregularidades na contratação, segurança e alojamentos. No entanto, o procurador não generaliza os problemas do setor. Segundo ele, destilarias recém-chegadas têm mostrado boa vontade em se adequar à realidade do trabalho indígena. "Tanto é que o índio prefere trabalhar nas usinas novas", argumenta. Devido à proximidade de algumas delas às aldeias, os cortadores voltam diariamente às suas casas – novidade que agrada as comunidades.
Em novembro, quando a Debrasa foi autuada, a Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), dona da destilaria, questionou os procedimentos da fiscalização. "Estranhamente, os representantes da empresa foram impedidos de acompanhar a ação", afirma nota da companhia, que negou ainda a existência de quaisquer indícios de trabalho análogo à escravidão.
No final da década de 1990, as novas regras trabalhistas levaram a Debrasa a intensificar a mecanização das colheitas. "Diante do apelo das autoridades, voltamos a contratar índios justamente por nossa preocupação social. Estamos ‘pagando o pato’ por causa disso", afirmou à agência de notícias Repórter Brasil o presidente da CBAA e do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Mato Grosso do Sul (Sindal/MS), José Pessoa de Queiroz Bisneto.
A reportagem procurou representantes do Sindal/MS para ouvir mais detalhadamente a versão dos usineiros sobre a evolução do trabalho indígena no setor, mas não obteve retorno.
Novos horizontes
Atualmente, 11 usinas sucroalcooleiras estão em plena atividade em Mato Grosso do Sul. Com o boom do etanol, contudo, elevaram-se enormemente as perspectivas de crescimento do setor. Em dezembro de 2007, o governo estadual anunciou benefícios fiscais a 43 novos empreendimentos do gênero – 16 dos quais já estão sendo implantados. Essas iniciativas serão responsáveis, de acordo com o Executivo, por 76 mil novos empregos até 2012.
Alegando a necessidade de vetar subsídios a quem explora trabalhadores, o deputado estadual Pedro Kemp (PT-MS) apresentou este ano um projeto de lei que impede a concessão de benefícios fiscais a empregadores flagrados usando mão-de-obra análoga à escravidão. Devido aos incentivos, o orçamento estadual prevê, já para 2008, uma renúncia de R$ 48,5 milhões em impostos sobre empresas de álcool combustível.
"O estado precisa de um instrumento jurídico para inibir o trabalho escravo, já que estamos em vias de receber muitas indústrias", alega Kemp. Em abril, sua proposta foi rejeitada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembléia Legislativa. Agora, ele analisa propor uma emenda à constituição estadual com igual teor.
Nesse contexto expansionista, o recrudescimento de antigas formas de exploração, alimentado pela disputa de mão-de-obra, preocupa Pereira. "Há denúncia de cabeçantes que estariam aliciando menores de idade para que peguem a carteira de outros índios, troquem a foto e vão cortar cana", revela.
Um crime nas dependências da Dcoil, em dezembro de 2006, trouxe novamente à tona a questão do trabalho infantil. Na ocasião, um rapaz registrado na usina como Devir Fernandes, de 24 anos, foi morto por outro indígena após uma discussão. Posteriormente, descobriu-se que a vítima era outra pessoa – um jovem de 15 anos. A destilaria refuta responsabilidade sobre o caso. "Se houve crimes de falsificação de documentos e falsidade ideológica, estes não foram cometidos pela empresa", alega Wilson Marques, assessor jurídico da Dcoil.
Impacto nas comunidades
Nas usinas de Mato Grosso do Sul, a mão-de-obra indígena é recrutada entre os índios terenas e, principalmente, em comunidades guaranis – cujos membros se subdividem em dois grupos étnicos, nhandevas e caiouás, perfazendo cerca de 40 mil pessoas.
Trabalhar fora das aldeias é realidade antiga para os guaranis. No fim do século 19, instalou-se em seu território tradicional, no sul do estado, a Companhia Matte Laranjeira, que utilizou o serviço de indivíduos dessa etnia – então atraídos por roupas e ferramentas – na coleta da erva-mate nativa. A partir da década de 1940, destaca-se a participação deles na derrubada de matas e na atividade de roçar pastagens. Tal situação começaria a mudar 30 anos depois, quando a expansão do agronegócio mecanizado e a quase extinção de áreas ainda por desmatar reduziram a oferta de trabalho no campo. É quando surge o setor sucroalcooleiro, de longe a principal alternativa de assalariamento atual.
Para Antônio Brand, coordenador do Programa Kaiowá/Guarani da Universidade Católica Dom Bosco, não é apenas dinheiro o que motiva o engajamento dos indígenas nessas empreitadas externas. O aspecto coletivo das atividades tem, segundo ele, um apelo significativo para os guaranis. "É uma aventura, de certa forma, especialmente para os mais jovens", observa.
No entanto, diz Brand, o corte da cana traz uma diferença fundamental em relação a outras atividades do passado – já que, após retornar das usinas, não raro os indígenas ficam apenas alguns dias nas aldeias, partindo em seguida para uma nova empreitada. "Antes, iam trabalhar uma semana, dez dias, e depois voltavam. Agora, é cada vez mais uma dedicação exclusiva", explica.
Nesse contexto, um dos efeitos mais evidentes é a diminuição das roças internas. A vida em reservas superpovoadas, com terras cada vez menos produtivas devido ao uso excessivo, contribui para o desestímulo ao plantio e reforça a opção pelo assalariamento em tempo integral, bem como a dependência de outros elementos externos – políticas de cestas básicas, por exemplo.
A distribuição da renda da cana-de-açúcar, por sua vez, é problemática. Muitas vezes, o dinheiro permanece apenas nas mãos dos homens, financiando um consumo de álcool que, com freqüência assustadora, surge associado a brigas, assassinatos e desestruturação familiar. Além disso, a prolongada ausência masculina motiva desentendimentos conjugais.
Por conta dessa conjuntura, Egon Heck, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no estado – entidade ligada à Igreja Católica –, afirma haver uma ligação íntima entre o trabalho nas usinas e as violências que hoje assolam as comunidades guaranis – famosas pelos alarmantes índices de homicídios, suicídios e subnutrição infantil. "Não é uma alternativa de vida, é uma alternativa que mata", acrescenta.
Há, além disso, o próprio impacto físico da atividade. De acordo com Zelik Trajber, coordenador técnico da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Dourados (MS), problemas de coluna e outras patologias ósseas e musculares – sem mencionar os acidentes com o facão – são uma rotina entre os trabalhadores indígenas. "É muito violento, o cortador não agüenta 35 anos para depois se aposentar", atesta.
Segundo Laurentino Rodrigues, cabeçante na reserva guarani de Dourados, houve, nos últimos anos, uma melhoria das condições de trabalho nas destilarias. Apesar disso, ele acredita que a opção pelo corte da cana é, na verdade, uma falta de alternativa. "Não temos escolha. Quase não temos terra", argumenta. E, quando o assunto é terra, a própria vida nos canaviais coloca-se, de certo modo, como entrave às mobilizações políticas. "Levar o índio para a usina é um jeito de tirá-lo da luta por demarcação", acredita Otoniel Ricardo, liderança comunitária na aldeia de Caarapó (MS).
A terra
Entre 1915 e 1928, foram criadas em Mato Grosso do Sul oito reservas para os caiouás e os nhandevas. O objetivo, pautado pela lógica de integrar os índios à sociedade, era ali reassentar os nativos espalhados pela região – e tornar tais locais verdadeiros bolsões de mão-de-obra. Dessa forma, liberavam-se as demais terras para a colonização.
De fato, nas décadas seguintes, para lá foram sendo gradualmente levados os guaranis que ainda viviam nas florestas. Atualmente, vivem na reserva de Dourados, a mais populosa do estado, cerca de 13 mil pessoas. Tais números a tornam a área demarcada com maior concentração de indígenas no país. Nem mesmo do crescimento urbano ela escapou, e hoje está lado a lado com a cidade de mesmo nome.
Jorge da Silva, de 53 anos, rezador caiouá nascido em Dourados, relata a transformação do cotidiano local. "Antigamente, a gente comia as coisas da nossa origem, caça e peixe. Agora, isso acabou", reflete. A disposição atual da aldeia, quase uma favela rural, é, segundo ele, razão de muitos conflitos – motivados inclusive pela convivência imposta de etnias distintas, já que lá foram colocadas também famílias terenas. "Agora é parede com parede, e o índio não gosta. Assim começam as brigas."
Para Brand, o agrupamento nessas reservas criou uma "realidade inadministrável" sob a ótica guarani. "Toda a organização tradicional, da economia e da religião, está centrada em núcleos macrofamiliares de 200 ou 300 pessoas no máximo", descreve. "É impossível para um guarani pensar em se organizar num ajuntamento tão grande."
Além das oito reservas demarcadas até 1928 – que perfazem um total de 18 mil hectares, onde vivem mais de 80% dos guaranis do estado – há outros 22 mil hectares conquistados em mobilizações a partir da década de 1980. Existem, também, 63 mil hectares já identificados em favor desses índios, mas cuja posse ainda não ocorreu, por exemplo, devido a ações na Justiça contra a demarcação.
O diretor-secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Dácio Queiroz, classifica como "nada mais que ideológica" a atuação da Funai na identificação de terras indígenas. "São pessoas comprometidas em ver os índios, a qualquer preço, retomando o Brasil", vocifera. Ex-prefeito de Antônio João (MS), ele próprio é parte em litígio que envolve guaranis – a área caiouá Ñande Ru Marangatu, homologada em 2005, incide sobre fazenda de sua posse, mas uma decisão judicial mantém as terras com os fazendeiros. A Famasul afirma que, à luz da Constituição, não podem ser reconhecidos como território indígena aldeamentos extintos, mesmo que em passado recente – fato que inviabilizaria diversas reivindicações atuais.
Dácio Queiroz contesta ainda a política indigenista brasileira. "A Famasul entende que o índio está sendo reduzido à condição de uma sub-raça, uma espécie de reserva humana para estudos antropológicos", afirma. Na esteira do setor sucroalcooleiro, ele defende a expansão da mão-de-obra indígena para outras atividades, dentro de uma política de inclusão. "O que eles não merecem é o que o Cimi e a Funai praticam, o segregacionismo e a subcondição."
"Esperamos a capacitação e a integração de índios na agricultura brasileira", reforça Leôncio Brito, presidente da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários e Indígenas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em solo sul-mato-grossense, ele cita a área homologada aos cadiuéus – 538 mil hectares onde vivem cerca de 1,2 mil índios – para questionar a relação entre terras e qualidade de vida. "Será que o índice de desenvolvimento humano deles condiz com a riqueza da qual são donos?", indaga.
Brand vê com desconfiança a idéia de que o mercado de trabalho é a saída para as comunidades guaranis – inclusive porque, segundo ele, a demanda local por mão-de-obra é muito restrita. "Considerando o preconceito contra os povos indígenas, eles estarão sempre em uma situação muito inferior nessa disputa", acredita.
Heck, por sua vez, enfatiza que políticas de integração não podem se opor ao legítimo desejo de autonomia dos índios, que anseiam pela reconstrução do tekoha – palavra guarani que designa o território onde é possível viver o modo de ser da etnia, preservando relações familiares, econômicas e culturais específicas. Num momento em que o homem repensa sua relação com o planeta, ele defende ainda a importância de respeitar modelos distintos de desenvolvimento. "Em vez de torná-los como nós, deveríamos aprender com os guaranis."
terça-feira, 29 de julho de 2008
*Pobre mas culto.*
Calor demais, trânsito em São Paulo, tudo parado.
Lado a lado um mercedes com uma madame e motorista e um fusquinha com um
gordinho, a barba por fazer.
O gordinho xinga, buzina, faz um escarcéu por causa do trânsito até que a
madame baixa o vidro do mercedes e diz:
'A paciência é a mais nobre e gentil das virtudes!' - Shakespeare, em
'Macbeth'.
O gordinho não deixa barato:
*'Vá tomar no cu!'* - Nélson Rodrigues, em 'A vida como ela é'.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
apocalypse now or never
~~
o futuro te apunhala pelas costas
hoje não reluta em vir de luto
o ontem encerrou suas apostas
o tempo bate com as pesadas botas
crianças pulam carniça na escola
rios transbordam garrafas de coca-cola
então, gata: vai me dar bola?
(Ruga)
http://www.diedricheosmarlenes.blogspot.com/
terça-feira, 8 de abril de 2008
a morte não revida
a vida é melhor do que nada
a morte é a última grande piada
mas nada disso tem importância
a velhice volta triunfal ao jardim de infância
vão-se desejos, fantasias, planos
somam-se as horas, dias, meses, anos
o preço do funeral está pela hora da morte
sobreviver é dar o troco em moeda forte!
Chico Cardoso, Thadeu W. e Édson de Vulcanis
http://www.diedricheosmarlenes.blogspot.com/
segunda-feira, 7 de abril de 2008
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Férias forçadas
Caixão não tem gaveta
http://www.diedricheosmarlenes.blogspot.com/
O fim do mundo vai acabar
os problemas ficaram pequenos
penderam entre o sim e o não
quando tudo era mais ou menos
a dúvida nunca foi o meu cruel
há muito perdi a conta
de quantos quero ver no céu
certo, errado, cabeça tonta
viva quem coloca a bomba
e viva quem a desmonta
(Roberto Prado)
http://www.diedricheosmarlenes.blogspot.com/
terça-feira, 1 de abril de 2008
Poema
The Dead Boys
Mudando-se para Nova Iorque em 1976, rapidamente ganhou notoriedade pelos seus concertos ao vivo - gestos grosseiros e profanidade eram as normas, e em mais de uma ocasião, Stiv Bators (vocal) feria sua barriga com o microfone. Eles frequentemente tocavam na lendária casa de rock, o CBGB's, e em 1977 lançam seu primeiro álbum chamado Young, Loud and Snotty, produzido por Genya Ravan. A canção "Sonic Reducer" é considerada um clássico da música punk.
Mais tarde, a gravadora Sire Records começou a pressionar a banda para mudar seu som e seu visual, com isso acaba contribuindo para o fim da banda, que acaba exatamente em 1979. Alguns meses após o seu fim, a banda acaba se reunindo novamente para gravar um álbum ao vivo, no intuito de cumprir suas obrigações contratuais. Para vingar-se da gravadora, Stiv cantou várias músicas fora do microfone, o que impossibilitou o lançamento do álbum na época. Quando o material foi relançado pelo selo Bomp! Records, Stiv regravou seus vocais.
Bators mais tarde formou a banda Lords of the New Church com Brian James do The Damned e Dave Tregunna do Sham 69.
A banda voltou para vários shows nos anos 80. Eles lançaram o álbum "Younger, Louder and Snottier", que contém versões demos do primeiro álbum da banda.
Em 1990, Battors morreu na França devido a um acidente de carro.
Em setembro de 2004, sem Stiv, a banda se reuniu novamente para um show único em sua terra natal: Cleveland.
Em 2005, tocaram no show em benefício ao lendário CBGB. Neste mesmo ano, a banda tocou mais um show no feriado americano de Halloween.
Dead Kennedys
História
A história do Dead Kennedys começa quando Eric Boucher respondeu a um anúncio que procurava por vocalistas para uma nova banda de rock. O autor do anúncio era o guitarrista East Bay Ray. Logo após, Eric assumia a alcunha de Jello Biafra, baseado na fracassada guerra civil nigeriana, na qual a região sudeste da Nigéria tentou se tornar idependente proclamando a República de Biafra. Os dois se juntariam ainda ao baixista Klaus Flouride, a um segundo guitarrista conhecido apenas pela alcunha de "6025" e ao baterista Bruce Slesinger. O ano era 1978, a política americana agonizava nas mãos conservadoras e a repressão e a insatisfação social tornava o período excepcionalmente propício para o surgimento de uma nova tendência musical: o hardcore - uma evolução americana e agressiva do punk inglês.
Seguindo a linha de pensamento anárquica de Biafra, a banda desde cedo se focou nas letras e na ideologia nelas contidas, abusando de sátiras irônicas e ácidas para criticar diversos temas socio-politicos americanos, como o consumismo, o "American Way of Life", as guerras, os políticos liberais conservadores, a igreja, a polícia entre outras.
Em 79, o então misterioso guitarrista "6025", deixa de integrar a banda oficialmente (mas continua se apresentando com a banda e ajudando com composições).
Ainda em 79 surge o primeiro single da banda: "California Übber Alles", uma crítica direta ao então governador da Califórnia, Jerry Brown. Após o sucesso, o grupo lança mais um compacto com a badalada "Police Truck", criticando a violência policial e a famosa "Holiday In Cabodia", um hino antibelicista repleto de ironia e humor negro.
Nesse mesmo ano, Jello Biafra, bissexual assumido, militante político anarquista e agitador cultural de uma nova vanguarda musical, candidata-se ao cargo de prefeito de São Francisco. Entre suas propostas, previa que os políticos fossem obrigados a circular com um nariz de palhaço e que os policiais fossem escolhidos em votação direta com a população. Com slogans como "Apocalipse agora! Jello para prefeito", alcançou o quarto lugar com mais de 6 mil votos.
Em 1980 é lançado o clássico "Fresh Fruit for Rotten Vegetables" em parceria com a gravadora idependente I.R.S. que rendeu um disco de ouro à banda na inglaterra. Disparando para todos os lados - políticos, polícia, igreja, escola, estado, sociedade, tv - é considerado um dos melhores álbuns da banda até hoje.
Devido as imposições contratuais regidas pela então gravadora, Biafra decide montar seu próprio selo, a Alternative Tentacles (que mais tarde lançaria bandas consagradas como Black Flag, Brujeria, 7 Seconds, The Melvins e Bad Brains).
Em 81 lança pelo novo selo o EP "In God We Trust, inc.", uma prévia do segundo álbum onde se destaca toda a ironia e acidez da banda sobre a igreja. Logo em seguida é lançado o compacto "Too Drunk to Fuck" que apesar de proibida alcançou muito espaço nas rádios. Neste mesmo compacto foi gravada a polêmica música "Nazi Punks Fuck Off" escrita devido ao descontentamento de Jello em relação aos nazi-fascistas que começavam a surgir na cena punk, e também para atacar seus inimigos declarados: o Exploited, uma banda punk também norteamericana acusada de várias atitudes fascistas, como a declaração do vocalista de que odiava negros e latinos e espancamento dos mesmos nos shows da banda.
Em 82 Slesinger, então baterista, deixa a banda e em seu lugar entra Darren H. Peligro.
Também em 82, com a nova formação, lançam o segundo álbum da banda, o "Plastic Surgery Disasters" apresentando a já habitual irreverência da banda unida a um som melhor trabalhado e mais maduro do que os álbuns anteriores.
Em 85 sai o polêmico "Frankenchrist", trazendo um encarte do artista suiço H.R. Ginger (Landscape No. 20: Where We Are Coming From) mostrando ilustrações de pênis e vaginas, gerando o maior processo criminal na carreira da banda, que se arrastaria por dois anos. Processados por distribuição de pornografia a menores, a banda teve as cópias do disco apreendidas e entrou em recesso. É criada então a No More Censorship Defense Fund, uma organização que lutava pelo direito de expressão artistico, tendo como um dos fundadores Jello Biaffra, e após a união com nomes importantes como Frank Zappa, Little Steven e Paul Kantner, conquistam a absolvição da banda por 7 votos contra 5, alegando que o encarte estava dentro de um contexto artístico do disco e que o grupo não obrigava ninguém a consumir seu produto. Com uma musicalidade diferenciada o álbum ainda gera controvérsias entre os fãs da banda.
Lançado ainda no meio da batalha legal da banda, em 86 sai "Bedtime for Democracy", último álbum de inéditas da banda, considerado um disco fraco, mas trazendo hits como "Anarchy for Sale". Depois desse trabalho os Kennedys resolvem se separar e dar continuidade aos projetos pessoais de cada um. Biafra seguiu carreira solo, participou de discos de outros artistas (como o Ministry e o Sepultura) e com a Alternative Tentacles, passou a produzir outras bandas.
Em 87 foi lançado "Give me Convenience or give me Death", uma compilação dos sucessos da banda.
Jello é então processado pelos outros ex-integrantes da banda, que alegavam que os direitos autorais não foram pagos corretamente. Em 2000 Jello Biafra perde a batalha legal contra o baixista Klaus Floride, o guitarrista East Bay Ray e o baterista Darren H. Peligro, perdendo o controle sobre o catálogo da banda, embora mantivesse os direitos autorais por ser autor da maior parte das músicas.
Em 2001 saiu "Mutiny on the Bay", único registro oficial ao vivo da banda, contendo os hinos "California Ubber Alles" e "Holliday in Cambodia", além de um dos inúmeros discursos de Jello Biafra contra as guerras.
Também em 2001, trazidos pela produtora idependente Ataque Frontal, o grupo realizou um controverso show no Brasil, sem o vocalista Jello Biafra, que criticou a banda remanescente por ser gananciosa, dizendo em entrevista que "Eles foram à América do Sul enganar os fãs, os fãs têm que decidir se eles querem ou não fazer parte desta farsa".
The Exploited
Formada em Edinburgo, Escócia em 1980, teve durante todos esses anos de grupo, várias mudanças na sua formação mas, mantendo sempre a sua frente como mentor e responsável pela sobrevivência da banda, o letrista/vocalista e praticamente o faz tudo no grupo, Wattie Bucham, ou simplesmente Wattie e seu eterno moicano. O Exploited é parte dos primeiros momentos do Punk no Reino Unido juntamente com The Clash, entre outras grandes bandas.
No início Exploited sofreu certo preconceito por ter começado a ser chamada de banda "nazista" ou "fascista", por influenciar a violência em seus shows, pelo uso de uma camiseta com o desenho de uma suástica em um de seus shows (basta avaliar o contexto histórico para que se veja que os punks daqueles anos ainda estavam formando a ideologia punk como é hoje, portanto, não havia idéia clara do que era ser punk. O importante era chocar. Nada mais chocante do que o nazismo. Somente depois de alguns anos é que entrou na ideologia punk a briga com Skinheads White-Power, os neo-nazistas, e toda forma de preconceito. Naquela época, o importante era chocar), os integrantes foram chamados de "skinheads" (analogia errônea ao movimento Skinhead, cujas raízes remontam à Inglaterra e aos Rude Boys jamaicanos. O movimento nada mais é do que um movimento trabalhista, com gostos em comum, como música e pontos de encontro. O neo-nazismo veio bem depois do começo do movimento original, nos anos 60) e essa noticia se alastrou pelo mundo, porém, anos depois, em seu DVD "Rock 'n' Roll Outlaws", Wattie explica essa situação.
Como já foi dito, um dos alvos principais do Exploited são os políticos, principalmente os do seu país. Uma das mais perseguidas pelo grupo em forma de letras é a ex-primeira ministra Margaret Thatcher. No terceiro disco do grupo, expressam forte oposição à guerra das Malvinas, travada entre a Inglaterra e a Argentina e apoiada por Tatcher. O disco de 1987, "Death Before Dishonour" ("Morte antes da desonra") tem na capa o desenho de uma "Maggie" com a pele em decomposição abraçada com a morte, enquanto segura na mão esquerda uma nota de dez libras esterlinas. No fundo, túmulos com mortos ressuscitando e na lápide de todos a frase "Died for What" ("Morto para quê?").
A discografia do Exploited é muito vasta e inclui vários álbuns, compactos, discos ao vivo e participações em coletâneas. No EP de 86, "Jesus is Dead" ("Jesus está morto"), uma idéia do conteúdo começa com a capa, o desenho de um punk crucificado em trajes sadomasoquistas com mulheres semi nuas, esqueletos com trajes de freiras (uma delas inclusive segura um vibrador) e vários cifrões em alto relevo saindo do chão.
Uma das características do Exploited é assimilar influências sem descaracterizar o seu estilo original. O início do Exploited mostra uma banda agressiva, som considerado Punk Rock/Hardcore, muito embora já tenham sido classificados na categoria de música Oi! (Oi! Music), inclusive saindo em coletâneas Oi!. No último CD lançado, Fuck the System, é possível perceber uma enorme influência do Metal, e também colagens de ruídos e vozes (samplers), que são características de metal industrial e música eletrônica, inclusive desagradando alguns de seus fãs mais assíduos, que gostavam do estilo mais Punk do grupo, nas antigas.
The Clash
Formação e primórdios da banda
Formado originalmente por John Mellor - vulgo Joe Strummer - (vocais, guitarra rítmica), Mick Jones (vocais, guitarra), Paul Simonon (baixo e vocais), Keith Levene (guitarra guia) e Terry Chimes - creditado no primeiro LP como "Tory Crimes" - (bateria), o Clash foi formado em Londres em 1976 durante a primeira leva do punk britânico. Strummer fazia parte dos The 101ers e Jones e Simonon da lendária banda de proto-punk London SS. Por influência do empresário Bernie Rhodes, Levene e Simonon recrutaram Strummer. Estava formado o Clash.
Keith Levene foi o guitarrista da banda neste começo, mas depois de 5 shows abandonou o grupo sob circustâncias ambíguas.
Depois do lançamento do primeiro álbum do Clash, Chimes foi substituído pelo baterista Topper Headon. Inicialmente a banda foi conhecida por sua visão extremamente esquerdista e pelas roupas que eles pintavam com slogans revolucionários. O primeiro show foi em 1976 como banda de apoio dos Sex Pistols, e então eles assinaram contrato com a CBS Records. O Clash lançou seu primeiro compacto ("White Riot") e seu primeiro álbum (The Clash) em 1977, alcançando sucesso considerável no Reino Unido. Apesar disso a CBS se recusou a lançá-los nos Estados Unidos, só o fazendo dois anos depois.
The Clash foi um álbum de punk rock britânico seminal. A maioria das cançãos eram porradas de 2-3 minutos, mas as composições e melodias superiores destacaram Strummer e Jones entre a maioria de seus contemporâneos. Incluiria também a primeira evidência de sua habilidade, que se repetiria por toda a carreira da banda, de absorver um estilo musical e dar a ele uma atmosfera própria, aqui com uma versão do clássico do reggae “Police and Thieves”.
Seu álbum seguinte, Give ‘Em Enough Rope, foi o primeiro a apresentar Topper Headon em todas as faixas. Rope foi lançado em 1978, alcançando a segunda colocação na parada de sucessos britânica mas fracassando em sua tentativa de penetrar no maior mercado mundial de canção, os Estados Unidos.
Política
Assim como a maioria das primeiras bandas punk, o Clash protestava contra a monarquia e a aristocracia no Reino Unido e ao redor do mundo. Mas ao contrário dessas primeiras bandas punks, o Clash rejeitou o sentimento dominante de niilismo e anarquismo. Ao invés disso, eles se solidariezaram com diversos movimentos de libertação da época. Sua visão política era expressada explicitamente em seus versos, como em “White Riot”, que encorajava jovens brancos a entrarem para organizações libertárias de negros.
Certa vez, em 1977, durante um show da ‘’Love Music Hate Racism’’ organizada pela Liga Anti-Nazismo, Joe Strummer vestiu uma polêmica camiseta com as palavras ‘’Brigate Rosse’’ e o emblema da facção Baader-Meinhof estampadas no centro. Ele declarou posteriormente que usou a camiseta não para apoiar os terroristas, mas para chamar atenção à sua existência. Ainda assim, ele se arrependeu depois do show, o que o levou a compor a canção “Tommy Gun”, renunciando à violência como um meio de protesto.
O The Clash também apoiava o IRA e o PLO, e, posteriormente, o Sandinista e outros movimentos marxistas da América Latina, além de estarem envolvidos diretamente com a polêmica Liga Anti-Nazismo e o Rock Against Racism.
Sucesso nos Estados Unidos
‘’Give ‘Em Enough Rope’’ foi o primeiro álbum do Clash lançado nos E.U.A., e para divulgá-lo a banda organizou uma turnê norte-americana em 1979. Seu primeiro álbum só sairia ali em julho de 1979, então em versão drasticamente revisada e editada da lançada anteriormente.
O sucesso de crítica e de vendas do Clash nos Estados Unidos veio com ‘’London Calling’’, um álbum duplo lançado em 1979 (pelo preço de um simples, por exigência da banda). Além do punk, apresentava uma gama variada de estilos, incluindo o rockabilly e reggae.
A seguir veio ‘’Sandinista!”, álbum triplo pelo preço de um duplo, lançado no final de 1980. A banda continuou seus experimentos com o reggae e o dub, se expandindo em direção a outras técnicas de produção e estilos musicais, que incluíam jazz e hip-hop. O resultado confundiu os novos fãs e as vendas caíram, embora tenham se saído melhor nos E.U.A. Depois do lançamento de ‘’Sandinista!’’, o Clash entrou em sua primeira turnê mundial, visitando países da Ásia e da Oceania.
Em 1982, a banda retornou com o mais vendido de seus álbuns, ‘’Combat Rock’’, apresentando os sucessos “Rock The Casbah” e “Should I Stay Or Should I Go?”.
Tensões e dissolução
Os sintomas aparentemente passaram despercebidos com o sucesso de ‘’Combat Rock’’, mas depois deste álbum o Clash começou lentamente a se desintegrar. Topper Headon foi demitido devido à problemas com drogas, e o baterista original da banda, Terry Chimes, foi chamado de volta para a turnê seguinte. Depois da turnê ‘’Combat Rock’’ de 1982 ele saiu do Clash, convencido de que o grupo não duraria muito tempo com todas as brigas e desentendimentos. Em 1983, depois de uma longa busca por um novo baterista, Pete Howard foi recrutado e tocou com a formação original em alguns shows nos Estados Unidos.
Em setembro de 1983, Strummer e Simonon expulsaram Jones da banda, citando seu comportamento problemático e divergências musicais. Depois de uma série de testes, a banda contratou Nick Shepperd e Vince White, ambos com 23 anos, como seus novos guitarristas. Eles voltaram a se apresentar em janeiro de 1984, e no final do mesmo ano anunciaram que um novo disco estava a caminho.
As sessões de gravação deste novo álbum foram decepcionantes, com o empresário Bernie Rhodes recusando o talento considerável de Howard em favor de uma bateria eletrônica, alterando drasticamente os arranjos das cançãos e baseando o som da banda em sintetizadores.
Desiludidos com o álbum, Strummer levou o Clash para viajar pela Inglaterra e Escócia, tocando de graça em esquinas e bares. O grupo apresentou seus últimos shows em 1985. Enquanto isso, ‘’Cut The Crap’’ era lançado, sendo bombardeado pelas críticas e sofrendo vendas pífias.
Carreiras pós-Clash
Joe Strummer atuou em alguns filmes, gravou trilhas sonoras e tocou com algumas bandas de sucesso limitado. No final dos anos 90, ele reuniu um grupo chamado The Mescaleros, assinando com o selo punk Hellcat Records e lançando um álbum chamado ‘’Rock Art and the X-Ray Style’’. A banda passou a fazer turnês pelos Estados Unidos e Inglaterra, tocando, além de suas cançãos, sucessos do Clash e clássicos do reggae. Em dezembro de 2002, Strummer morreu subitamente, vítima de um ataque cardíaco. Ele tinha 50 anos. O álbum do Mescaleros em que ele estava trabalhando, ‘’Streetcore’’, foi lançado postumamente em 2003, sendo aclamado pela crítica.
Depois do fim do The Clash, Paul Simonon entrou para um grupo chamado Havana 3AM, que gravou somente um álbum no Japão e se separou. Posteriormente Simonon voltaria às suas raízes de artista visual, organizando várias galerias de arte. Sua relutância em voltar a tocar foi citado como a principal razão de o Clash ter sido uma das poucas bandas punks britânicas dos anos 70 que não se aproveitou da febre de nostalgia punk que assolou o final dos anos 90 para tentar relançar a carreira.
Depois de ser despedido do Clash, Topper Headon seguiu sem rumo com seu vício em heroína. Ele formou uma banda de jazz que durou pouco tempo. Até a gravação do documentário de Don Letts sobre o Clash, ‘’Westway To The World’’, Headon tinha sumido do mundo da canção. Atualmente ele está limpo e continua a tocar. Foi em um de seus shows que ele ficou sabendo da morte de Joe, e em 2003 ele anunciou que tocaria em tributo a seu antigo companheiro de banda.
UTILIDADE DOS LIVROS DE BOLSO
Sex Pistols
Malcom McLaren, Paul Cook e Steve Jones chegavam a Nova York poucas horas depois, ironicamente com a intenção de manter Vicious longe da heroína. "Não creio que Sid morreu por causa dos problemas com os Pistols. O que eu não entendo é como as pessoas que estava com ele na festa o deixaram consumir heroína", disse Mclaren a Melody Maker dias depois da morte do baixista.
BIOGRAFIA E DISCOGRAFIA DOS RAMONES
Fonte: http://www.geracaorock.com.br/ramones
Os Ramones foram uma banda que revolucionou o rock n' roll com suas músicas básicas em épocas de riffs complicados de guitarra. Em 1974 quatro rapazes do surbúrbio de Nova York resolveram montar uma banda para devolver ao rock n' roll o espírito de rebeldia perdido com o passar dos anos.
Com Joey na bateria e Vocal, Johnny e Dee Dee na guitarra(Dee Dee não conseguia cantar e tocar ao mesmo tempo) e Tommy gerenciando a banda, eles tentam fazer versões das músicas de seus ídolos, porém as músicas não ficavam do agrado deles. Sendo assim, passam a compor suas próprias canções, nada muito elaborado, com apenas alguns acordes repetidos durante toda a música e letras meio repetitivas.
Joey resolve largar a bateria pois não conseguia acompanhar a levada rápida da banda, o que foi uma mudança na estrutura da banda. Tommy, que era manager da banda, passa a ser baterista, Joey passa para o vocal e Dee Dee para o Baixo.
No ano seguinte (1975) eles conseguem um contrato de 5 anos com uma gravadora e gravam seu primeiro lp intitulado apenas como Ramones, com o Sucesso Blitzkrieg Bop, com o famoso: Hey Ho Lets Go! E no ano seguinte gravam o segundo disco, o Leave home. É neste disco que sai a famosa frase: GABBA GABBA HEY, tirada da faixa Pinhead (cabeça de prego) que foi retirada de um filme de terror.
Em 1977 a banda grava seu terceiro disco chamado, Rocket to Russia, que foi o último com Tommy Ramone, que deixou a banda para voltar a ser manager e dar espaço para Marky entrar como baterista.
Em 1978 eles gravam Road to Ruin, que contem a famosa I Wanna be Sedated. No ano seguinte,a banda grava End Of The Century, com Do You Remember Rock n Roll Radio? e Rock in Roll Highshool.
Então começa os anos 80, e a banda começa a assinar as músicas separadamente, por causas das brigas e drogas. Sai o disco Pleasant Dreams,com a famosa The KKK Took My Baby Away.
Em 1983 lançam Subterranean Jungle, com a Psycho Therapy, única famosa do disco. Em 1985, a banda grava Too Tough to Die, com a banda sem Marky, e com Richie na bateria. Nesse album contem Howling At The Moon(Sha-la-la)
O próximo disco é Animal Boy, com Bonzo Goes to Bitburg e Somethyng To Belive In, após gravam Halfay to Sanity, àlbum menos conhecido da banda.
Em 1989 eles gravam Brain Drain. Neste disco está Pet Sematery, uma das mais conhecidas dos Ramones. No meio da turnê Dee Dee sai da banda.
Chegamos então à última formação da banda, entra nela C. Jay, que fez o teste e foi aprovado. C. Jay teve vários problemas com o público, ele tinha praticamente a metade da idade dos outros, mas isso deu um impulso para a banda.
Com C. Jay a banda grava Mondo Bizarro, que ganhou Disco de ouro. Pouco depois um Disco só de covers, Acid Eaters. E em 1996, eles lançam seu ultimo album de estúdio, Adios Amigos.
Eles no fim gravam mais 2 discos ao vivo, Greastet Hits e We`re Outta Here.
Joey Ramone morre de câncer linfático em 15 de abril de 2001 em Nova Iorque.
Dois anos depois, em 6 de junho de 2002, Dee Dee Ramone é encontrado morto em sua casa em Hollywood, supostamente por overdose de drogas.
Completando esta série de eventos trágicos, Johnny Ramone sucumbe a um câncer de próstata em 15 de setembro de 2004 em Los Angeles, Califórnia, e ganha uma estatua em sua homenagem.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Bob Cuspe
Bob Cuspe
Um pouco da história do punk
domingo, 30 de março de 2008
Nâo confie nos olhos
Definição de anarquia: Errico Malatesta
Antes que tal organização começasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe depensadores, ou se tornasse a meta de um movimento, que hoje é um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra "anarquia" foi usada universalmente para designar desordem e confusão.
Ainda hoje, é adotada nesse sentido pelos ignorantes e pelos adversários interessados em distorcer a verdade.Não vamos entrar em discussões filológicas, porque a questão é histórica e não filológica.
A interpretação usual da palavra não exprime o verdadeiro significado etimológico, mas deriva dele. Tal interpretação se deve ao preconceito de que o governo é uma necessidade na organização da vida social.
O homem, como todos os seres vivos, se adaptam às condições em que vive e transmite, através de herança cultural, seus hábitos adquiridos. Portanto, por nascer e viver na escravidão, por ser descendente de escravos, quando começou a pensar, o homem acreditava que a escravidão era uma condição essencial à vida.
A liberdade parecia impossível. Assim também o trabalhador foi forçado, por séculos, a depender da boa, vontade do patrão para trabalhar, isto é, para obter pão.Acostumou-se a ter sua própria vida à disposição daqueles que possuíssem a terra e o capital. Passou a acreditar que seu senhor era aquele que lhe dava pão, e perguntava ingenuamente como viveria se não tivesse um patrão.
Da mesma forma, um homem cujos membros foram atados desde o nascimento, mas que mesmo assim aprendeu a mancar, atribui a essas ataduras sua habilidade para se mover. Na verdade, elas diminuem e paralisam a energia muscular de seus membros.
Se acrescentarmos ao efeito natural do hábito a educação dada pelo seu patrão, pelo padre, pelo professor, que ensinam que o patrão e o governo são necessários; se acrescentarmos o juiz e o policial para pressionar aqueles que pensam de outra forma, e tentam difundir suas opiniões, entenderemos como o preconceito da utilidade e da necessidade do patrão e do governo são estabelecidos.Suponho que um médico apresente uma teoria completa, com mil ilustrações inventadas, para persuadir o homem com membros atados, que se libertar suas pernas não poderá caminhar, ou mesmo viver.
O homem defenderia suas ataduras furiosamente e consideraria todos que tentassem tirá-las inimigo.Portanto, se considerarmos que o governo é necessário e que sem o governo haveria desordem e confusão, é natural e lógico, que a anarquia, que significa ausência de governo, também signifique ausência de ordem.Existem fatos paralelos na história da palavra.
Em épocas e países onde se considerava o governo de um homem (monarquia) necessário, a palavra "república" (governo de muitos) era usada exatamente como "anarquia", implicando desordem e confusão. Traços deste significado ainda são encontrados na linguagem popular de quase todos os países. Quando essa opinião mudar, e o público estiver convencido de que o governo é desnecessário e extremamente prejudicial, a palavra "anarquia", justamente por significar "sem governo" será o mesmo que dizer "ordem natural, harmonia de necessidades e interesses de todos, liberdade total com solidariedade total".
Portanto, estão errados aqueles que dizem que os anarquistas escolheram mal o nome, por ser esse mal compreendido pelas massas e levar a uma falsa interpretação. O erro vem disso e não da palavra. A dificuldade que os anarquistas encontram para difundir suas idéias não depende do nome que deram a si mesmos. Depende do fato de que suas concepções se chocam com os preconceitos que as pessoas têm sobre as funções do governo, ou o "Estado” com é chamado.-Errico Malatesta A Anarquia, 1907.